Por muitas vezes, eu fui. Saí da casa dos meus pais para fazer faculdade, saí da minha cidade para estudar. Deixei para trás amigos, amores, promessas. Anos depois, fui de novo. Mesmo que tenha sido voltar. Deixei para trás outros sonhos, um lugar que aprendi a amar.
Mas depois que a pandemia aconteceu, comecei a prestar mais atenção nas despedidas. No coração que fica perdido com tantos carinhos esparramados pelo mundo.
Eu tenho amigos em outras cidades, estados, países. Pessoas que encontro uma vez por ano, quando muito. Sorrisos e abraços que nunca são o suficiente.
E parece que quanto mais experiência você ganha, mais disso vem no pacote. Muito se fala sobre você abraçar oportunidades, mas ninguém te conta sobre as pessoas incríveis que você encontra no caminho que, por motivos diversos, você vai abraçar cada vez menos.
Não é uma reclamação, que fique anotado. Apesar de todas as vezes que sou movida a ódio, sei que minhas principais inspirações são as pessoas que conheço e que me dão vontade de ser cada vez melhor - para ser amiga delas, trabalhar com elas, ser parceira delas.
Mas que fique registrado nos autos que elas fazem falta. E que se algumas vezes eu quero inventar projetos megalomaníacos, é porque uma parte de mim gostaria de reunir todas essas pessoas em um lugar só - enquanto espero criarem esse maldito teletransporte (sim, Roger, estou falando com você).
O mundo ta em guerra pela própria extinção, então vamos aproveitar o que ainda dá para tirar de bom. Aabrace quem você gosta, durma o possível e beba água!
ai, li, teu texto falou demais com meu coração, cheio de pessoas amadas ao redor do planeta... lindo!
Você é uma pessoa especial, Ligia. Saudades do seu abraço! :*