É isso, só isso e tudo isso. Paro e penso sobre as decisões que tomei no ano que passou, quem eu quero ser no ano que está por vir, o que eu preciso deixar para trás e o que quero manter comigo.
E nunca é fácil. Em 2020 definitivamente nada fácil. Se eu tivesse o poder de mudar as coisas com um estalo de dedo, eu mudaria praticamente tudo. Não porque eu não quero nada dessas coisas mais, ou porque me arrependo de escolhas, mas porque 2020 é um ano que definitivamente não me serve mais.
Eu não preciso de uma nova profissão, mas definitivamente preciso ser mais objetiva com o que quero trabalhar, por exemplo. Eu preciso de objetivos bem determinados, porque estou tão exausta, destruída, que não conseguiria passar mais um ano só juntando meus cacos, e nem de viver mais um ano banhada em decepções.
O ano que está acabando é um pijama velho que eu fui obrigada a vestir todos os dias, por medo do que estava por vir. Eu tirei o máximo de proveito das oportunidades que surgiram — e por isso tenho lembranças maravilhosas em tempos tão tenebrosos. Mas eu não aceito viver mais um ano sobrevivendo apenas com o que o mundo está disposto a me dar.
Eu posso não saber como, e sei que muita coisa está fora do meu controle. Mas todas as escolhas que estiverem ao meu alcance, eu tomarei a melhor decisão para me manter sã. Pode ser que eu passe mais um ano de pijama? Pode. Mas dessa vez quem vai escolher a estampa de bichinho e a cor da pantufa sou eu.